A tradução intersemiótica em Anne With An E: Muriel Stacy do livro à série

Este artigo propõe verificar os processos de tradução intersemiótica na composição da personagem Muriel Stacy do livro Anne de Green Gables (1908) de Lucy Maud Montgomery, para a série Anne With An E (2017) adaptada por Moira Walley-Becket. Para investigarmos esses processos, delimitamos como corpus os episódios da segunda temporada, O que fomos faz parte daquilo que somos (episódio 9) e O que há de bom no mundo (episódio 10). Pretendemos identificar, na série, quais os principais aspectos de Muriel Stacy que foram mantidos ou acrescentados em relação à obra literária. Para verificar tais modificações, baseamo-nos nos conceitos de Tradução Intersemiótica de Roman Jakobson e Julio Plaza, e nos processos narrativos entre as linguagens com Iuri Lotman, Míriam Cristina Carlos Silva e Ismail Xavier.

A Teoria do CHA e exemplos de competência na produção midiática

A competência é capacidade de mobilizar recursos: conhecimentos, habilidades e atitudes para resolver os problemas da vida pessoal, social e corporativa. A produção midiática: filmes e vídeos abordam sua importância e, especialmente, a dinâmica da mobilização de recursos de forma artística e didática. O que podemos aprender sobre competência e como desenvolvê-la, nessas produções? Essa é a pergunta que este artigo procurou responder. Para tanto, foi realizada a análise de um filme comercial: O Menino que Descobriu o Vento (2020) procurando desvelar, nas cenas que compõem a narrativa, os elementos da competência. Dentre as referências destacam-se: Mota (2021), Romero-Rodriguez et al. (2016), Ferrés e Piscitelli (2015), Penafria (2009) e Morin (1983).

Bodenlos em conversação: narrativa entre discursos e diálogos autobiográficos

O convite ao encontro com a palavra-princípio Eu-Tu, feito por Martin Buber, figura como horizonte ético no pensamento de Vilém Flusser. A partir de conceitos defendidos pelo ensaísta tchecobrasileiro, tais como conversação, discurso e diálogo, o presente artigo visa interpretar a produção textual do próprio autor – aqui, especificamente na autobiografia Bodenlos. Como aporte metodológico, pela própria natureza da pesquisa, utiliza-se de pesquisa bibliográfica e, condizente com o referencial teórico, privilegia a interpretação no lugar de instrumentos analíticos. Como resultados, indica a manifestação da definição de comunicação proposta por Flusser – a relação entre diálogos e discursos – nas narrativas produzidas pelo próprio autor.

Estado da Arte – Capítulo do projeto de dissertação: “A poética do erótico transcriada dos contos Unicórnio e Matamaros, de Hilda Hilst, para o filme Unicórnio, de Eduardo Nunes

Resumo: A presente investigação do estado da arte é uma peça do projeto de dissertação de mestrado em curso, sendo realizado com apoio da Capes, o qual pretende estudar o processo de Transcriação da literatura para o cinema, e verificar a forma como o cineasta Eduardo Nunes, em seu filme Unicórnio (2017), comunica a explosão

Mídias lúdicas: conceituação a partir de um panorama dos estudos de jogos e das teorias da comunicação

O presente artigo propõe o conceito de mídia lúdica. Nesse sentido, objetiva apontar para uma intersecção entre as teorias da comunicação e os estudos dos jogos. Parte de uma revisão de literatura tanto do jogo como tema de autores clássicos da comunicação quanto dos potenciais comunicacionais percebidos pelos estudos dos jogos, tais como Marshall McLuhan, Gregory Bateson, Walter Benjamin, Henry Jenkins, Jesper Juul e Janet Murray. Como resultados, apresenta um conceito transdisciplinar e mestiço, intersecção entre comunicação e jogo, tributário da complexidade.

Religião e negacionismo no contexto da pandemia

Resumo: Com a pandemia de Covid-19 e a onda negacionista no país em relação ao tema, o artigo aborda a religião midiatizada e a relação de pentecostais e neopentecostais em assuntos de cunho político e social, neste caso, questões sobre saúde pública. A partir da fundamentação teórica bibliográfica, buscou-se discutir religião e mídia no contexto atual, tendo como base Martino (2012a, 2012b), Cunha (2016) e Sodré (2006); em seguida, amparou-se as teorias por meio de uma análise conteudística do pronunciamento do Pastor Silas Malafaia no vídeo intitulado “O ódio a Bolsonaro e às religiões em tempo de pandemia”, a fim de evidenciar a importância de se considerar discursos de figuras religiosas que possuem grande visibilidade pública na produção de sentidos e na criação de modelos de comportamento.

O que acontece quando a comida é de verdade: conexões entre alimentação e religião no Brasil

A recente campanha publicitária “Nada além do Whopper”, da marca Burger King, procura visibilizar a adequação dos discursos e práticas da rede ao imperativo alimentar da comida de verdade (CV), fenômeno de valorização da comida saudável, ecológica e ética no mercado brasileiro. Partimos da hipótese, neste artigo, de que a CV manifesta, no âmbito da alimentação, um processo de transformação nas ideias e crenças dos brasileiros, nomeado por Campbell (2007) como “orientalização do Ocidente”.

O identicídio das mulheres no século XXI: um estudo das capas da revista Superinteressante

Este trabalho discute de que maneira as mulheres são representadas em 18 capas da revista brasileira Superinteressante, entre os anos de 2010 a 2020. Adotamos os conceitos de epistemicídio/genocídio (Grosfoguel) e os estudos de gênero (Swain) para embasar nossa discussão. Com
a Análise de Conteúdo (Bardin), criamos as categorias de busca: representações das mulheres;
representações indígenas; e representações LGBTQIA+. De que maneira as mulheres são representadas nas
capas, é a nossa categoria de análise. A ideia principal deste trabalho é a de que as representações
estereotipadas das mulheres geram o identicídio de representações divergentes. Ocupar espaços (apareço,
logo existo) pode ser um caminho para combater o identicídio observado

A mediação das relações humanas no filme “Ela”

O presente artigo busca examinar de que forma as relações humanas, inclusive entre seres humanos e não-humanos se dão no contexto do filme “Ela” (2013) do diretor Spike Jonze. Utilizando de uma metodologia de análise direta do filme, sob a ótica de autores como Vogler e Mckee, e as principais
cenas que tratam da mediação das relações, o artigo busca traçar um paralelo entre as tecnologias
apresentadas no filme ambientado no futuro e as que já estão disponíveis no momento presente que são constantemente utilizadas nessa tarefa de mediação entre humanos. Essa necessidade de mediação, que foi apenas intensificada e acelerada pela pandemia de COVID-19, já se fazia presente em nossa sociedade
como aponta Paula Sibilia.